É, povo brasileiro, estamos nos aproximando de mais uma eleição municipal, e você leitor deve estar se perguntando, o que será que esses amados politicos irão aprontar dessa vez ?( desculpe, mas adoro ser ironicos rs). Creio que todos ainda acreditem que existam politicos de boa indole e que sejam capazes de administrar a cidade na qual se candidata, seja para o cargo de vereador ou prefeito, cargos de muita responsabilidade.
Sem duvidas, esse é o momento de fazermos prevalecer nossos direitos e nossas vontades, a hora de mostrar a força que existe um mero e simples voto. Mais vamos precisar ter cautela quando escolhermos nosso candidatos, analisarmos suas propostas, e assim optarmos por aquele que seja mais apto ao cargo. Não jogue seu voto no lixo, no final das contas você verá a falta que ele poderá fazer por uma escolha errada, depois não terá com quem reclama né. Por isso devemos ter consciência no dia da eleição, por quê o futuro de sua cidade podê estar nas suas mãos, o que será feito ou não, vai depender da sua escolha. ou vai deixar que politicos com falsas promessas dominem o país com suas historias incriveis ou propagandas televisionadas, que fazem crer que todos os problemas vão ser solucionados em apenas 4 anos, é o mesmo que querer tapar o sol com peneira, francamente.
Não vamos desperdiçar mais uma chance de mostrar nossa força, no dia 5 de outubro vote com a certeza da escolha certa, por quê um simples e despretensioso voto pode definir o rumo que a cidade irá trilhar nos proximos 4 anos.


abraços queridos leitores e um bom final de semana!



Ninguém mais tem dúvidas. Requião e o seu PMDB familiar devem colher a maior derrota eleitoral de toda a história. A começar por Curitiba, onde ele e seu candidato, Carlos Moreira (foto), não encontram maneira de sair do atoleiro.

Pior. Nesse naufrágio impávido o Duce leva com ele as esquerdas que abrigou à sombra do pendão do fisiologismo.

A esquerda, nestas plagas, é capaz de muitos equívocos. Entre outros, curte a certeza de que deve sair atrás do primeiro populista nacionaleiro que passar para embarcar no trem da história.

Tem sido assim. A esquerda nativa, com raras exceções de lucidez, entrou nessa esparrela do Requião, o Duce do Canguiri, e vibra com as suas bravatas. É patético. Ver homens que já tiveram idéias e posições a bater palminhas no papel humilhante de claque de programa de auditório na TV estatal.

Outra face da indignidade, pois, a esquerda se entrega sem pejo em troca de um cargo em comissão ou de uma penca de benesses, entre elas o de nomear sobrinhos e sobrinhas para fazer o papel de herói doméstico.

Agora, pressente o fim de feira. Tem nariz para perceber a deterioração rápida de um governo que se compraz com o nepotismo e o patrimonialismo do chefe. Alguns já andam por aí procurando novo pasto, novo líder, para não perder a prebenda.

A esquerda, para ser contemporânea do mundo, deve é brigar por melhores salários, justa distribuição de renda e, como conseqüência, educação para todos. Parar com essa mania de movimento estudantil e entender o mundo em sua complexidade, que exige mais do que contar com o voto do analfabeto ou aos 16 anos, acreditando que isso a favorece.

Quanto aos púberes, deixemos que amadureçam, como se faz onde a civilização pegou e o povo deixou de apanhar a algum tempo. Para perceber, inclusive, que quem botou fogo em Roma foi a turma do imperador, não foram os cristãos.

De: href="http://www.fabiocampana.com.br">




Um dia desses estava num ônibus e, pela janela, pude ver algo diferente na descuidada area de lazer pelo qual passo todos os dias, no início de uma avenida da cidade. No chão esburacado e mal cuidado, destacavam-se vários pôsteres de um candidato a vereador dessas eleições. A foto do indivíduo sorridente tinha um fundo verde brilhante, tudo muito pomposo. Enquanto eu olhava, a multidão atravessava lentamente a calçada em frente ao jardim sem olhar para os cartazes um segundo sequer.

Essa cena pode ser tomada como uma metáfora, ou uma espécie de “imagem condensada”, de um dos maiores problemas da condição política atual: a deterioração do processo de eleição democrática. O que mencionarei a seguir provavelmente é uma denúncia clichê – e isso não deixa de alarmar ainda mais a situação, porque, apesar de muito se falar, o problema parece que se naturalizou (no sentido mesmo de transformar-se em natureza, paisagem natural, configurada dessa maneira aparentemente desde sempre).
“Deterioração” não significa que o processo eleitoral está em perigo ou algo assim. A crise diz mais respeito à solidificação indubitável dessa prática – pelo menos no Brasil. Ela é, contudo, configurada a partir de uma lógica degradada e, para continuar no clichê, absurda. Vamos sintetizar essa lógica com base naquela cena inicial: os discursos rasos e simplistas (achatados e chapados como o fundo verde dos pôsteres) da esmagadora maioria dos candidatos parecem não dizer respeito a grande parte dos eleitores (o que pode explicar a atitude geralmente apática deles, como o jovem passante), que, dessa forma elegem seus “representantes” com base em certos fatores como: favores específicos, amizades antigas, obras realizadas com conseqüências a curto prazo (a maior parte convenientemente na época das eleições ou pouco antes), etc, etc.
Essa lógica, como já falei, parece que cria, com o passar do tempo, raízes mais fortes e profundas, apesar de não serem raras campanhas “de conscientização” e denúncias para as quais a apatia é quase tão grande quanto a oferecida para os candidatos. Por quê? Qual a origem dessa lógica? Como ela persiste? Sem pretender, obviamente, responder definitivamente a essas perguntas ambiciosas e urgentes, proponho uma conexão que pode começar a iluminar mais o problema: a paisagem desanimadora que vemos hoje na política institucional (e de forma mais escancarada ainda quando se trata do processo eleitoral) pode ter a ver com mudanças fundamentais na cultura política ocidental, que datam mais ou menos da década de 60.
Nesse período houve uma grande efervescência política (maio de 68, Cuba, revoluções de independência no “Terceiro mundo”, guerrilhas, etc), mas ela foi seguida de uma desilusão também enorme, já que os projetos e utopias não conseguiram realizar-se. Claro que o que veio depois não foi uma espécie de tempo “apolítico”, mesmo porque as contradições sociais devidas às relações de poder e à ordem mundial hoje são mais violentas e visíveis que nunca. No entanto, é possível dizer que houve uma mudança fundamental na forma de se fazer política. Talvez, hoje, o interesse das pessoas, de forma geral, na esfera pública e a maneira como elas atuam preocupadas com as relações de poder diga mais respeito ao que é chamado “micropolíticas” do que a certos processos institucionalizados (como as eleições).
“Micropolíticas” quer dizer um sindicato não mais preocupado em forjar a união dos “proletários de todo o mundo”, mas em garantir melhorias específicas em seu local de trabalho e no salário dos empregados e mais nada. Quer dizer não mais se preocupar com a mudança do “sistema” geral, mas no modo como são vistos, na sociedade, os negros, os homossexuais, as mulheres, etc. É a preocupação com melhoras cotidianas e não com revoluções violentas.
Se essa nova cultura política trouxe à tona discussões que eram antes deixadas de lado nos assuntos de poder, nela há problemas – como a amnésia com relação a muitos pontos importantes e cruciais daquela forma mais “tradicional” de se pensar politicamente. Mas isso é assunto para outra hora. O que importa aqui é aquela conexão a que quero chegar: a apatia das pessoas quando se trata de política institucional pode ter como uma de suas causas de origem a mudança mais geral na cultura política. Os partidos políticos (pelo menos os brasileiros, que eu saiba) não acompanharam tal mudança.
Em outras palavras: as formas institucionalizadas de fazer política, em sua maior parte, não atingem a sensibilidade política contemporânea. Parece que os velhos discursos de “educação, saúde, lazer e segurança” não engajam mais as pessoas. A crise parece pior quando se sabe que tal discurso, velho que seja, tem um fundo de verdade: mudanças nessas quatro “áreas-chave” são mais que necessárias. Caminhos de solução para a situação exigiriam processos complexos e sistematizados de pensamento. Mas uma pista à qual esse pensamento deve se agarrar é essa: o discurso da política institucionalizada, para que saia da estagnação atual, deve aderir ao que interessa hoje às pessoas em termos de política. Não deve abandonar, contudo, os acertos que vem conseguindo reunir até hoje, como o fizeram a maioria dessas “micropolíticas”, forjando para si sua própria fraqueza.


As vezes nos perguntamos se esse país conseguirá um dia, quem sabe, ser uma potência mundial. Será mesmo possivel? ainda acredito que sim. Com certeza transformar esse país, repleto de desigualdade, corrupção por parte dos nossos queridos e amados parlamentares ( desculpe-me pela ironia!), é algo de extrema dificuldade, mas podemos estar certos de uma coisa, a mudança depende de um cada de nós, é isso mesmo, depende de mim, de você e de todos brasileiros!
As eleições municipais estão se aproximando, essa é a hora sem duvida nenhuma, de alterarmos de forma positiva o cenário politico brasileiro. Certamente as mudanças não apareceram de uma hora pra outra, mas no futuro iremos perceber que fizemos a escolha certa, quando olharmos para a proxima geração e vermos que a estrada que ela percorrerá, foi construida a partir da nossa luta, da nossa conscientização de que podemos mudar esse país, por isso repito a dizer, essa é a hora da mudança! No dia da eleição, não vote apenas por quê esse candidato é bonito ou aquele tem a voz cativante, mas sim naquele que apresentar melhoras propostas para sua cidade, naquele que tiver realmente compromisso com a população, que seja digno de seu voto e de sua confiança. Bem caro amigo leitor, o futuro de sua cidade e com certeza de seu país, dependerá de seu voto, basta apenas fazer a escolha certa!

Deixo um forte abraço e bom fim de dia à todos!






É comum ouvirmos falar corriqueiramente em democracia e principalmente se exaltar a mesma como sendo um trunfo do povo e dos menos favorecidos. Sempre nos deparamos com políticos exaltando a democracia de nosso país e se utilizando dela como justificativa do próprio governo ou de feitos alcançados. Mas será que realmente vivemos em uma verdadeira democracia, mesmo sendo um país subdesenvolvido e de enormes desigualdades como é o nosso? Creio que não.
A palavra democracia vem do grego, onde "demos" significa povo e "kratia", de "krátos" significa governo, poder, autoridade. Resumindo, democracia significa governo do povo ou poder do povo, onde a institucionalização do poder do Estado vem da vontade e do consenso da maioria da população, no nosso caso da maioria dos eleitores que vão até as urnas e elegem seus representantes. A democracia surgiu em Atenas na Grécia antiga dando ao cidadão a capacidade de opinar, discutir e decidir pelos destinos da Cidade Estado Grega.Desde seu surgimento, o ideal de democracia direta não se cumpriu de fato, pois mulheres, escravos e metecos (estrangeiros) eram excluídos dos direitos de cidadãos.
Dessa forma muitos eram marginalizados e poucos possuíam efetivamente o poder, se tornando impossível que objetivos e interesses de minorias fossem considerados universais em nome da "democracia". Alguma semelhança para o que sempre ocorreu em nosso país, guardado as devidas proporções, não é mera coincidência.Para se determinar um ideal concreto de democracia temos de ter em mente alguns conceitos, como o de que a grande diversidade de idéias com certeza irá gerar conflitos, conflitos estes que não devem ser evitados e sim superados de forma a se chegar a consensos em razão de um todo e não a de se formar oposições referentes a interesses de alguns.
Outro ponto fundamental é o de que a informação, a cultura e a educação não pode ser privilégio de poucos e sim aberta a toda população de forma correta e sem censuras. A informação não pode ser manipulada de acordo com interesses particulares, daí a grande responsabilidade de uma imprensa independente num estado democrático.Por fim, como conseqüência dos pontos citados anteriormente, o poder deve ser rotativo e não apenas privilégio de algumas classes sociais, e sim que todos os setores da sociedade possam ter acesso à representatividade fazendo com que ocorra uma rotatividade no poder; só dessa maneira, atendendo a esses quesitos podemos dizer que um Estado é realmente democrático.
Analisando todos esses pontos fica difícil imaginar que no Brasil há uma verdadeira democracia. Temos as grandes corporações de imprensa do país monopolizadas por apenas sete grupos empresariais tornando a informação manipulada de acordo com interesses elitistas e políticos - Rede Globo e Revista Veja são exemplos claros do que digo.
O acesso à cultura é praticamente restrito ao poderio econômico e o número de analfabetos é quatro vezes maior que o de brasileiros que possuem curso superior completo, totalizando 24 milhões de não-alfabetizados (dados do ibge). O acesso à educação de qualidade é cada vez mais restrito a pequenas parcelas da sociedade e a cada dia que passa uma forte mobilização para uma educação voltada apenas para o mercado se torna cada vez mais evidente, atendendo a interesses do FMI e transformando o cidadão numa "engrenagem animada" e de fácil manipulação.
Concluindo esse texto, dizer que há uma real e verdadeira democracia no Brasil se torna algo um tanto quanto cômico, sendo complicado imaginar que dessa forma possa haver uma conscientização política formadora de pessoas ativas e conscientes da coisa pública (não estou dizendo que não há, mas que são poucos), que deixem a passividade e os hábitos individualistas para se tornarem cidadãos atuantes na sociedade e que se façam presentes na vida pública, principalmente em épocas como a que vivenciamos hoje - às vésperas de eleições - momento de consolidação da idéia de democracia, mas também momento de uma "faxina" no entulho que compõe boa parte da política brasileira, "faxina" essa, que fica a encargo do povo realizar através do voto.
Dessa forma, cabe ao cidadão consciente reavaliar os ideais democráticos desse país e pensar em democracia não como algo já formado, mas sim como algo a ser construído. A responsabilidade por essa construção é de todos nós.



Deixo um forte abraço e um otimo dia à todos!


Olá. Gostaria de cumprimentar você que está sempre aqui presente, lendo os posts e deixando sua opinião. Gostaria de cumprimentar também meus amigos colaboradores desse blog, Hood e Gui. Gostaria de cumprimentar a todos que se interessam por assuntos tão importantes como a política. Gostaria de cumprimentar aqueles que podem não gostar de política, mas se preocupam em construir um Brasil melhor. Por fim, gostaria de cumprimentar a todos os outros que eventualmente passam aqui, ou ainda passarão.

Nas últimas semanas tenho percorrido as ruas de Curitiba, empenhado na eleição de um candidato a vereador e também na campanha do nosso Prefeito. Passei por muitos bairros, conversei com muitas pessoas e conheci muitas histórias. Vi diversas realidades, diferentes modos de vida e diferentes pontos de vista. O que me chamou a atenção foi a certeza dessas pessoas que suas vidas tem melhorado e que ainda pode melhorar muito mais. Falaram-me que foram significativas diversas mudanças ocorridas nos últimos anos, por mais simples que foram. Fico muito contente em saber que vem sendo realizado um bom trabalho na cidade, trabalho que as pessoas querem que continuem.

Percorri os bairros e tenho visto que realmente muita coisa está mudando. E não apenas mudanças estruturais, como asfaltos e novos postos de saúde. Tenho visto melhoras na qualidade dos serviços prestados. Muita coisa mudou. Nas escolas, vejo alunos progredindo e familiares contentes com o desempenho de seus filhos. Nos postos de saúde, vejo filas cada vez menores e pessoas saindo satisfeitas com a equipe médica. Nas ruas, vejo pessoas mais seguras com novos meios de segurança, tais como reforço policial da guarda municipal e câmeras de vigilância. Lugares que antes eram pontos de assalto, hoje são locais de convívio social.

Vejo nos olhos de cada cidadão o sentimento de esperança, olhos que comprovam que as mudanças foram positivas e tem que continuar. Mudança na vida dessas pessoas. E é disso que temos que falar nessas eleições, estamos lidando com pessoas e é de vida que estamos falando! É no mínimo curioso ver candidatos falando mal da atual gestão na televisão enquanto nas ruas as pessoas falam bem. As pessoas estão cansadas de demagogia e sabem que um bom trabalho tem que continuar. E o mais importante, elas sabem reconhecer um bom trabalho. Isso nunca será mudado. Não querem mais ver hipócritas, políticos profissionais, falando inverdades e fazendo promessas que nunca poderão ser cumpridas. Elas esperam gente honesta, trabalhadora, preocupada com o futuro da sociedade. É isso que tenho procurado passar, que ainda existe gente assim e que pessoas honestas merecem o apoio da população. Espero que você aí na sua cidade, onde quer que seja, também reconheça isso e apóie candidatos assim.

Um grande abraço a todos.


Já no distante ano de 1964, George H. W. Bush, candidato ao Senado dos Estados Unidos pelo Texas, era apontado pelo adversário democrata Ralph Yarborough como uma marioneta do xeque do Kuwait, para quem a companhia de Bush fazia prospecção "offshore" de petróleo. Nas quatro décadas desde então, os Bush tornaram-se o primeiro clã político dos EUA a misturar-se completamente com famílias reais do Médio Oriente e com o dinheiro do petróleo.

Entender como é que estas relações invulgares influenciaram mesmo o "11 de Setembro" e distorceram depois a resposta dos EUA ao terrorismo islâmico exige que se pense na família Bush como uma dinastia.
O primeiro membro da família atraído pela riqueza do petróleo do Médio Oriente foi o bisavô de George W. Bush, George H. Walker, um especulador queera presidente da W.A. Harriman & Co., com sede em Wall Street. Nos anos 20,Walker e a sua empresa participaram na reconstrução dos campos petrolíferosde Bacu, a apenas algumas centenas de quilómetros do que é hoje o Iraque.Como membro da direcção das Dresser Industries (hoje parte da Halliburton),o genro de Walker, Prescott Bush (avô de George W. Bush) envolveu-se com o Médio Oriente a seguir à Segunda Guerra Mundial. Mas foi George H. W. Bush,o pai do actual Presidente, que forjou os mais fortes laços da dinastia coma região.
George H.W. Bush foi o primeiro director da CIA vindo da indústria do petróleo. Tornou-se depois o primeiro vice-Presidente - e, a seguir, o primeiro Presidente - a ter uma relação anterior quer com o petróleo quer com a CIA. Isto ajuda a explicar o seu interesse persistente no Médio Oriente, em operações clandestinas e em bancos duvidosos como o Banco Internacional de Crédito e Comércio, ou BCCI na sigla em inglês, com sede em Abu Dhabi, que se tornou mais conhecido como "Banco Internacional de Charlatães e Criminosos". Em cada um dos postos governamentais que ocupou, encorajou o envolvimento da CIA no Irão, Paquistão, Afeganistão e outros países da região e tomou decisões que ajudaram a tornar o Médio Oriente o destino principal em todo o mundo para carregamentos de armas.
Ao tomar as rédeas da CIA em Janeiro de 1976, Bush cimentou relações fortes com os serviços de espionagem tanto da Arábia Saudita como do Xá do Irão.Trabalhou de perto com Kamal Adham, o chefe da espionagem saudita, cunhado do rei Faiçal e um homem com ligações estreitas ao BCCI. Depois de deixar a CIA, em Janeiro de 1977, Bush tornou-se presidente da comissão executiva do First International Bancshares e da sua subsidiária britânica, onde, de acordo com os jornalistas Peter Truell e Larry Gurwin, no seu livro de 1992 "False Profits", Bush "viajou em representação do banco (...) até bancos internacionais em Londres, incluindo várias instituições do Médio Oriente".
Uma vez na Casa Branca, primeiro como vice de Ronald Reagan e depois como Presidente, Bush esteve ligado a pelo menos dois escândalos com laços ao Médio Oriente. Nunca ficou inteiramente clara qual a sua relação no caso Irão-Contras, em que carregamentos clandestinos de armas para o Irão, alguns financiados pelo BCCI, ajudaram a financiar ilegalmente as operações dos rebeldes Contra, que combatiam o regime sandinista na Nicarágua. Mas, em1982, o procurador especial Lawrence E. Walsh assegurou que Bush, apesar dos seus protestos de inocência, tinha de facto estado no meio de múltiplosactos ilegais.
Muito mais claro foi o papel central que teve, como vice e como Presidente,no chamado "Iraquegate" - a ajuda clandestina fornecida pelos EUA e pelos seus militares ao Iraque de Saddam Hussein durante a guerra com o Irão nadécada de 80. Sabe-se que Washington forneceu ao regime, além de armas convencionais, tanto culturas biológicas que podiam ter sido usadas em armas como "know how" nuclear.

Negócios com os Bin Laden

Durante estes anos, os quatro filhos de George H.W. Bush - George W, Jeb,Neil e Marvin - seguiam as pisadas familiares, fazendo negócios com financeiros da Arábia Saudita, do Kuwait e do Bahrain e relacionando-se como BCCI. O Médio Oriente tornava-se uma conveniente fonte de dinheiro para a família.
O filho mais velho, George W., estabeleceu a sua primeira ligação com aregião no fim da década de 70, através de James Bath, um homem de negóciosdo Texas que era o representante na América do Norte de dois sauditas ricos(e familiares de Osama bin Laden) - o multimilionário Salem bin Laden e o banqueiro e investidor do BCCI Khalid bin Mafouz. Bath pôs 50 mil dólares nasociedade Arbusto, montada em 1979 por Bush; provavelmente era dinheiro dos dois sauditas.
No fim da década de 80, depois de vários empreendimentos petrolíferosfalhados, o futuro 43º Presidente deixou que a débil companhia de petróleo em que era accionista maioritário e presidente fosse comprada por outra empresa com influências estrangeiras, a Harken Energy.
Em 1991, o "WallStreet Journal" comentava: "O mosaico das ligações ao BCCI que rodeia aHarken Energy pode não provar nada mais do que a multiplicidade dos laços do banco escroque. Mas o número de pessoas ligadas ao BCCI que tinham conexõescom a Harken - todas desde que George W. Bush subiu a bordo - levanta aquestão de elas poderem mascarar a tentativa de agradar a um filho presidencial".
Outros fumos de hipotética corrupção surgiram em 1990 quando a Harken, uma empresa sem experiência, conseguiu um importante contrato com o governo do Bahrain para efectuar perfurações no Golfo Pérsico. Os jornalistas da "Time"Jonathan Beaty e S.C. Gwynne, no seu livro "The Outlaw Bank", concluíram que"Mahfouz, ou outros actores do BCCI, devem ter tido influência aoconseguirem o contrato para o filho do presidente". A rede que rodeia as presidências Bush já estava a ser tecida.
O segundo dos irmãos, Jeb Bush, agora governador da Florida, passou a maior parte do tempo no início e meados da década de 80 com ex-agentes da espionagem cubana, Contras nicaraguenses e outros operadores que actuavam na lucrativa órbita de grupos de Miami controlados pela CIA. Mas também tinha ligações ao Médio Oriente. Dois dos seus sócios, Guillermo Hernandez-Cartayae Camilo Padreda, ambos acusados de negócios financeiros ilícitos, andavam associados havia muito a Adnan Kashoggi, negociante de armas do Médio Oriente, investidor do BCCI e figura envolvida no escândalo Irão-Contras. Aacusação retirou as queixas contra os dois, e um juiz determinou que o nomede Padreda fosse retirado do processo. Mas, alguns anos depois, Padreda, um ex-tesoureiro do Partido Republicano na área de Miami, foi condenado por fraude por causa de um projecto imobiliário envolvendo dinheiros do governo federal e que Jeb Bush tinha ajudado a facilitar.
Neil Bush, mais famoso pelo escândalo de corrupção na Caixa de Poupança Silverado, no Colorado, onde foi diretor na década de 1980, também teve laços com o Golfo Pérsico. Em 1993, depois de o pai ter deixado a Casa Branca, Neil foi ao Kuwait com os pais, com o irmão Marvin e com o ex-secretário de Estado James Baker. O pai regressou, mas Neil ficou no emirado a tratar de negócios e quando voltou envolveu-se em relações lucrativas com o sírio-americano Jamal Daniel. Uma das suas empresas, a"Ignite!", especializada em software educativo, incluía representantes depelo menos três famílias reinantes no Golfo Pérsico.
O interesse comercial dos Bush pelo Médio Oriente tem outro exemplo em Marvin, o irmão mais novo do actual Presidente. Entre 1993 e 2000 foi um accionista importante, juntamente com Mishal Youssef Saud al Sabah, membroda família real kuwaitiana, da Kuwait-American Corp., com interesses em companhias norte-americanas de defesa, aviação e segurança industrial.

Os sauditas são "quase da família".

As próprias relações de George H.W. Bush com o Golfo continuaram em expansão. Quando estava na Casa Branca com Reagan era conhecido no Médio Oriente como "o vice-Presidente saudita"; o ano passado, um artigo na revista "New Yorker" descrevia o embaixador saudita nos EUA como sendo"quase um membro da família" Bush. Muitos viram a Guerra do Golfo de 1991para expulsar o Iraque do Kuwait como uma consequência dos estreitos laços de Bush à indústria petrolífera e às famílias reais do Golfo, que se sentiam ameaçadas pelo expansionismo de Saddam.
Depois de derrotado na tentativa de conseguir um segundo mandato presidencial, Bush juntou-se em 1993 ao Carlyle Group, com sede em Washington. Sob a chefia de ex-responsáveis da Administração como Baker e o ex-secretário da Defesa Frank Carlucci, o Carlyle tornou-se especialista em comprar empresas ligadas à segurança e em duplicar ou quadruplicar o seu valor.
O ex-Presidente não só se tornou um investidor do Carlyle mas também consultor da empresa para a Ásia e especialista em atrair investidores. Doze ricas famílias sauditas, incluindo a de bin Laden, estavam entre eles. Em 2002, noticiou o "Washington Post", "sauditas próximos do príncipe Sultan, o ministro saudita da Defesa... foram encorajados a investir no Carlyle como favor ao mais velho dos Bush". Em Outubro passado, Bush abandonou a empresa; Baker, que agora tenta convencer os aliados dos EUA a perdoarem a dívida iraquiana, ainda é conselheiro sénior do grupo.
Se a guerra de 1991 e as suas consequências cimentaram os laços de Bush coma elite do petróleo e a realeza do Médio Oriente, também irritaram os crentes e os radicais islâmicos. No fim dos anos 90, muitos dos combatentes islâmicos que tinham sido mobilizados pela CIA e por outros para expulsar os soviéticos do Afeganistão tornavam-se cada vez mais anti-americanos. Encontraram-se em sintonia com Osama bin Laden, renegado pela sua família milionária, que estava irado com a presença dos EUA na Arábia Saudita.
Quando Washington desencadeou o ano passado uma segunda guerra contra o Iraque, sem encontrar armas de destruição maciça, sondagens internacionais,em especial as realizadas pelo Pew Center, de Washington, registaram um crescimento flagrante do sentimento anti-Bush e anti-americano no mundomuçulmano - uma atmosfera perfeita para recrutar terroristas. Mesmo antes da guerra, alguns cínicos argumentaram que o Iraque fora eleito como alvo para desviar a atenção do falhanço da administração em apanhar Osama.
Críticos mais ferozes sugeriram que Bush tinha procurado desviar a atenção de como os laços da família com os bin Laden e com elementos renegados do Médio Oriente tinham prejudicado o trabalho da espionagem norte-americana antes de 11 de Setembro. O senador democrata Charles E. Schumer queixou-sede que mesmo quando o Congresso divulgou, em meados do ano passado, relatórios da espionagem sobre as origens do ataque de 2001, a administração Bush reeditou fortemente um capítulo de 28 páginas sobre os sauditas e outros governos estrangeiros, concluindo: "Parece existir uma estratégia sistemática de apaziguamento e encobrimento quando se chega aos sauditas".
Não existem provas que sugiram que o "11 de Setembro" podia ter sido evitado ou descoberto se alguém que não um Bush estivesse na Presidência. Mas há certamente argumentos suficientes para sugerir que as muitas décadas de envolvimento e negócios da dinastia Bush no Médio Oriente criaram um conflito de interesses importante que merece estar no debate político. Nenhuma presidência anterior teve algo sequer remotamente parecido. Nem uma.


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